Uma das rodovias mais belas do mundo – Icefields Parkway

Considerada uma das estradas mais belas do mundo, e com certeza uma das mais incríveis para se fazer uma viagem de carro ou de trailer (motorhome), a Icefields Parkway, ou Highway 93, localiza-se no Oeste do Canadá, no meio das montanhas rochosas (Rocky Mountains), tem aproximadamente 230km de extensão e percorre partes dos parques nacionais de Banff e Jasper, ligando as duas cidades.

Seria a minha primeira roadtrip, porém ao tentar alugar um carro em Vancouver (que vai receber um relato em breve), descobrimos que eu deixei minha carteira de motorista no carro no aeroporto em Guarulhos. Neste exato momento a Renata foi eleita a motorista da viagem e eu fiquei com as opções de ficar frustrado ou ser o navegador, cuidar da música e tomar a minha cerveja em qualquer parada que eu quisesse, escolhi a segunda.

Há duas formas mais utilizadas para se chegar a Banff ou Jasper, as principais cidades base para conhecer a região. Uma é dirigindo pelos quase 1.000 Km entre Vancouver e Jasper com uma pernoite em Kamloops (ou quantas mais paradas você quiser e tiver tempo pra fazer, opções não faltam). Outra é voando até Calgary, a maior cidade do estado de Alberta e de lá pegar um carro e seguir por 130Km até a entrada do parque Nacional de Banff.

Calgary é onde acontece o maior Rodeio do mundo – o Barretão deles – no mês de julho. Os mercados de Calgary são a melhor opção para comprar os mantimentos, água e snacks para os próximos dias, apesar de não ser tão interessante para turistar.

Pela quantidade de locais para tirar fotos, fazer paradas e trilhas, recomenda-se percorrer a Icefields Parkway nos dois sentidos. Vale avisar que há apenas um posto de gasolina na rodovia, no The Crossroads Resort, e que no geral não há sinal de internet, portanto deve-se programar para abastecer o carro em Jasper ou Banff e baixar os mapas no celular.

Sendo assim, em um domingo bem cedo de junho, início do verão canadense, com dias já bem longos (luz solar das 4:00 às 21:00 na média), partimos de Calgary em direção ao Parque Nacional de Banff.

Ao chegar na portaria do parque, deve-se comprar o passe para transitar pela região (o passe família para 6 dias custou 98 dólares canadenses para nós 3).

A ideia foi percorrer toda a Icefields Parkway com algumas paradas e ir dormir em Jasper, na outra ponta da rodovia.

Os pontos de parada são vários, sempre bem sinalizados, com estacionamento gratuito, banheiros, mesas para lanchar e pontos de apoio para trailers. Do estacionamento geralmente se caminha alguns minutos de onde se tem a vista dos lagos em diversos tons de azul e cachoeiras. Os lagos geralmente recebem o nome da montanha de onde vem a água do degelo.

Você pode ir com todos os pontos de parada pré definidos e anotados ou ir sem rumo explorando e parando de acordo com o visual ou pela quantidade de carros estacionados, que são uma ótima pista dos pontos mais interessantes. Não há restaurantes ou bares nas paradas, salvo algumas exceções.

Uma parte interessante da rodovia é que eles constroem pontes “verdes” para que os animais possam atravessar de um lado para o outro com menor interferência do habitat natural e menor risco de atropelamentos.

Alguns pontos que merecem destaque já no primeiro dia:

Bow lake: Fica bem na beira da estrada e é enorme, impossível não ser avistado de longe com a linda água verde cristalina. O primeiro de muitos.

Bow Summit: Caminhada de 800m do estacionamento até o mirante para o Peyton lake. LINDO. Esse não é verde, mas azul. O lago mais diferente de todos!

É um mirante na beira da estrada com uma vista linda para o Stutfield Glacier. Essa geleira é uma das regiões que nunca derrete, então você verá neve mesmo no auge do verão.

Athabasca Falls. É enorme e foi a queda mais volumosa que vimos da estrada, apesar de não ser tão alta.

Oito horas depois da saída de Calgary chegamos a Jasper, e fomos direto conhecer o Lake Beauvert e tomar um café no belo Hotel Fairmont. Sentamos de frente ao lago com um tom verde inesquecível.

Tomei uma Grizzly Bear Honey Ale. A Re um mascarpone e a Rafa um Spaguetti.

Aqui vale comentar um ponto não tão glamuroso da viagem. O Canadá é um país bastante caro pra quem vive com Real, então escolhemos a dedo quando e onde sentar para comer.

Jasper é uma cidade bem pequena, sem grandes atrações no centrinho. Fizemos check in em um daqueles hotéis de filme em que se pára o carro na porta do quarto e vimos o por do sol por volta das 22:30.

No segundo dia saímos pela manhã em direção a Maligne Road. No caminho paramos no belo Lago Patrícia, com um super reflexo das montanhas ao fundo e no Lago Pyramid, vizinho ao Patricia, que recebe esse nome por causa da montanha de 3200m atras dele em formato piramidal.

A todo momento deve-se ficar atento a vida selvagem na beira da estrada. É muito frequente ver ursos, alces, castores, etc. Geralmente tem carro parado por perto fotografando.

A Maligne Road é um trajeto de 46km, com alguns dos mais belos pontos turísticos de Jasper, como o Medicine Lake, Maligne Lake e o Maligne Canyon. Todos merecem uma parada, uma caminhada curta e boas fotos. O destaque fica para o Lago Maligne, o ponto final da rodovia, onde é possível alugar barcos a remo, pranchas de stand up e fazer algumas trilhas ao redor do lago. Há ainda um restaurante bem bacana.

No outro dia de manhã nos despedimos de Jasper e pegamos a Icefields Parkway novamente e tínhamos duas opções:

Logo na saída da cidade pegar a gôndola (Sky Tram) a 1258m e subir até 2263m e lá do alto ter uma vista de toda a região (em torno de 50 dólares por pessoa).

Como não sou muito adepto a esses meios de transporte em que se fica pendurado, optei pela segunda opção, o Columbia Icefield Discovery Center. É um enorme centro de visitantes com lojinha, hotel, dois restaurantes, banheiros, centro de informações e ponto de saída para visitar o Glaciar Athabasca. O passeio consiste em pegar um ônibus para atravessar a rodovia até a base do glaciar, onde tomamos um ônibus especial para andar no gelo, com rodas enormes, que nos leva por 15 minutos para conhecer e tirar fotos do glaciar. Se estiver com uma garrafa de água não deixe de enchê-la coma água cristalina e geladinha do degelo (e potável). Do centro de visitantes também sai o ônibus para o SkyWalk, uma passarela de vidro, a 300m de altura para observar as geleiras de cima.

Ambos os passeios são bem “pega-turistas”, mas às vezes a gente cai em algumas e acaba se divertindo. Nos ocupou por mais de 3 horas.

No caminho pra Banff, ainda há uma parada obrigatória, o Lago Emerald, com água verde esmeralda. Pra quem tem tempo e perna, também há várias trilhas sinalizadas ao redor.

Os últimos dias estavam reservados para explorar Banff e arredores. Banff é uma pequena cidade charmosa, de aproximadamente 10.000 habitantes que vive basicamente do turismo, no inverno com foco no esqui e esportes de neve e no verão nas belas paisagens, trilhas e mountain bike.

O principal e mais famoso (e lotado) lago ao redor de Banff é o Lago Louise, onde está o famoso e belo Hotel Fairmont e também opções de aluguel de botes e caiaques.

Há duas lindas trilhas no lago, além de caminhar ao redor do mesmo.

A mais fácil, que fizemos com a Rafa (Fairview Lookout), caminha-se por uma subida tranquila de 1km até um mirante para observação e fotos.

A segunda, para os mais dispostos e sem crianças pequenas, tem 4km de extensão e 400m de desnível e leva até o lago Agnes e sua famosa Casa de Chá, com mais de 100 anos de existência e a mais alta do Canadá.

O passeio clichê de remar um caiaque pelas águas azuis do Lago ($120 Can/30min) acabou não acontecendo pelo clima nublado e garoa naquele dia.

Em Banff ainda se pode visitar diversos lagos (entre eles o Moraine), subir a Gondola de Banff que leva a 2.000 metros de altitude, com diversos mirantes, um Bistrô e trilhas de caminhada e bicicleta ou o Johnston Canyon, que fizemos do último dia.

Sempre lotado e com filas para estacionar, a trilha do Johnston Canyon é a mais famosa de Banff, mas como fomos em um dia de chuva, foi tranquilo.

Fizemos a  Lower Falls, uma trilha de 1.125 metros que leva até uma pequena cachoeira, a primeira do trajeto; a Upper Falls caminhando por mais 1.300 metros até uma cachoeira bem bonita e com uma grande fila para tirar foto (mas anda rápido);  dali pode-se ir até Ink Pots, por mais 3km, até um conjunto de 5 lagos ou outra mais longa de 9km com mais mirantes e lagos, chamada Tunnel Mountain e Surprise Corner. Infelizmente, por conta da chuva e a pedido da Rafa fomos passear no centrinho de Banff e jantar uma pizza com carne de Bufalo e azeite de pimenta e mel. 

Assim finalizamos essa experiência inesquecível, que pode ser feita em casal, em família e principalmente com amigos de Motorhome.

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Foto de BLOG VIAGEMLOGIA

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